quarta-feira, 31 de julho de 2013

Nunca te esqueci




Querido Diário:
 
Aposto que pensavas que eu te tinha abandonado.
NUNCA!
A vida é ingrata e muitos sacrificios nos pede.
 
Pois assim os cumpri e aqui estou. Vivinha da Silva, ou antes da Navalha, que é o meu apelido do qual muito me orgulho e me deu forças para toda esta batalha que tive que levar adiante. Agora é tempo de descansar.
 
Volto a ti, a esta casinha minha tão lindinha, ao meu Portugal amado que nunca me saiu do coração e deixo as Franças aos franciús, que ficam bem entregues. Volto e carregadinha dele, se queres saber. Acabou-se a limpeza, as casas-de-banho e a merda dos outros. Acabou-se a emigração.
 
Volto às minhas origens e à casa onde nasci, onde a minha mãe me pariu. Sem malas de cartão mas com umas belas valises da Louis e pisantes do Louboutin. E da casita que aqui havía resta a recordação, que agora isto é só finesse e chama-se turismo de habitação.
 
Mas a seu tempo te conto tudo, Meu muito Querido Diário.
 
Tua sempre fiel,
Maria Navalha