Caríssimo Diário,
Esta cousa de se ter um negócio implica sujeitar-me a muito que não apetece só por causa dos clientes, e mesmo sendo a dona da maison há que pensar primeiro na freguesia, depois no rendimento e só em último aqui na je.
Venho eu com isto tudo dizer, que muitas actividades que não me dizem rien, celebrações que são meras LOB (Line of business), estão obrigatoriamente incluídas no cardápio pela via comercial. E aqui é que a porca torce o rabo, porque se muito disto agrada aos hospedes, à criadagem traz engulhos e a mim que tenho que lidar com as duas partes, dá-me iras que tenho de disfarçar.
O dia dos namorados é particularmente difícil. Como bem sabes, não tenho pretendente nem tempo para namoros, está proibido entre os serviçais qualquer relação com quem se hospede, mas olha que não é fácil gerir tudo isto de cara ligeira e sorriso airoso. E depois há sempre um Valentino espertalhaço que se acha no seu dia de sorte lá porque está fora de casa!
Lá tive que exibir a Navalha...
Recebe um xi muito apertadinho desta tua,
Maria