Quando eu for blogger...

Querido Diário,

Quando eu for grande ou seja, quando eu for blogger à séria tudo vai ser perfeito!

Vou conseguir finalmente ser feliz e entrar neste mundo sem mácula onde tudo se vê cor de rosa.

Vou ser alta (quero pelo menos ter 1,70cm de altura) e muito elegante, só vestirei roupa de griffe e serei sempre convidada entre grande disputa para todos os blogs. Não faço nada na vida, vivo de rendimentos e passeio a minha beleza pela blogoesfera para grande deleite de quem me lê e visita, atendendo a perguntas sobre como consigo sempre ser tão genial.

Vou ter grandes amores de perdição e até conseguirei distribuír-me pelos vários afectos que me caiem aos pés (sem ganhar má fama de rameira).

Vai ser tão bom, meu querido diário!

Mas só quando crescer. Ainda me falta um bocado e engolir pruridos e principios que não consigo deixar de ter como Maria Navalha.

(Que sina!)

Os penetras

Andam por aí uns quantos de blog em blog, que ninguém sabe de onde vêm e enfiam-se nas caixas de comentários como o mildío na uva.

Ou seja, vêm para vender qualquer coisa, seja o blogspot deles, sejam camisetas, seja uma dieta milagrosa, seja um poemita que lá fizeram naquele dia e cravam aquilo em todo o lado.

É como um cartão de visita que largam por onde passam e nem se dão ao trabalho de disfarçar, pois estão ali é para vender e cá para mim ganham à comissão pois pelo pedal que dão à quantidade de sitios que contaminam aquilo deve dar algum.

Agora giro, giro é ver o pessoal que tem os comentários moderados publicar estes penetras na maior...

Acho que vou agarrar a idéia: Maria Navalha, Barba&Cabelo ou Maria Navalha, Doméstica Asseada - Orçamentos Grátis.

Lavar a roupa

Ai credo, cruzes, que até me benzo!
Isto de ser doméstica e a dias em vários blogs dá cá um andamento!!!
Tenho aprendido cada uma!

Aquelas pequenas janelas que servem para colocar a apreciação que se faz aos textos são verdadeiros quartos escuros onde muita coisa se suja e lava. É ver uns quantos cheios de asneiredo e badalhoquices, mãe disto para aqui, filho daquilo para lá, vem um e deita abaixo, vem outro e lança uma acha... Ai! Que canseira! Esgadanham-se por dá aquela palha, tiram satisfações e despiques em frente a toda a gente e o pessoal, claro, que anda enjoado da rotina da vidinha e até é muito politicamente correcto (na vida real) vai de aplaudir e fazer ksksks que quer é ver atiçado o diálogo que de elevado nada tem. Ora eu que gosto de tudo muito asseado até tenho deixado uns sabonetes perfumados a rosa a ver se lavam aquelas bocas mas aquilo já não vai lá assim.

Acho que tenho de chamar a Bayer para uma desinfecção radical.

Olha se me apanham a navalha a jeito???

Temáticas

Sem grande aprofundamento da coisa dá para tirar de letra que os temas mais abordados na blogoesfera são o Amor e o Sexo.

O primeiro é geralmente desgraçado, abandonado, um fado; o segundo nos antípodas é superiormente fantástico.

Enquanto limpava aqui e acoli lá fui descobrindo verdadeiros favos de mel, pinguços, pegajosos para logo se diluírem numa choradeira com a separação do casal. Oh Triste sina! Que destino!

Do sexo nem preservativo na ortografia e é vê-los a desfiarem as suas capacidades orgásmicas em catadupas intemporais e contínuas. Oh Virtualidades!

Eu, Maria Navalha, como nunca fui largada nem tenho aquele desempenho e disposição só poderei falar disto:

Em como odeio o Cor-de-Rosa.

Blogs

O aspecto visual de um blog define muito do que o seu autor é: cores, disposição dos items, tipo e grandeza da letra, fotos selecionadas.

Há uns que se mantêm no seu projecto inicial sem alteração de espécie alguma, fiéis ao que escolheram e que como um sinete acaba por ser uma marca registada de um específico blogger.

Outros assinalam uma ligeira reforma no visual com a passagem de uma data, seja o post nº 100 seja o 1º aniversário, anunciam-no, aguardam opiniões que - desejam - sejam sempre favoráveis.

Alguns nem se dão ao incómodo do improviso. Viajam, veem, gostam e levam o modelo na íntegra como um pacote adquirido a preço de saldo e a ser aplicado lá no sitio deles.

E a quarta espécie, a dos inconstantes, os que de viva força procuram um apelativo, mudando grafismos, cores. Este restauro integral que aplicam ao blog faz com que quem lá vai nunca tenha bem a certeza de que entrou no sitio certo. Voltam a entrar, confirmam o endereço. Ao fim de algum tempo habituam-se, até já o esperam, desconfiam se a mudança não se operou.

Os autores chamam-lhe pomposamente espirito artístico.

No fundo projectam-se em muito daquilo que são na vida real: flutuantes, certezas que à deriva vão colhendo aqui e ali.

Para mim, rosa pois está claro!
Até ao fim, pois é cor que eu odeio!!! E há que gastá-la até a exterminar!

O perfil

O perfil é um anexo ao blog que tem duas funções: não saber nada e ficar a saber tudo e mais alguma coisa.

Para além da idade que pode ir desde os 30 (quando já se tem 50) até aos 218 anos ( isto será igual a 38?), passando pelo local/cidade - Universo, Musicolândia, Afeganistão, País dos Sonhos - até à actividade profissional onde ninguém confessa ser trolha ou empregada do MacDonald's (que tem? é algum desmérito?), até chegarmos aos interesses, tudo é possível.

Até é possível dizer que é homem quando se é mulher e vice-versa. Claro que nem todos se aguentam a mudar de sexo e mais tarde ou mais cedo lá cai o pano e mostram-se os genitais.

Quanto às leituras, filmes e musica é um desvario! O que eles vão buscar! Coisas tão pretensamente intelectuais que nem existem! Ou coisas tão na moda mesmo que a qualidade seja nula. O importante é fazer número e não ficar atrás da onda, mostrar que se está actualizado e se conhece tudo e caso sejam inquiridos ir num instantinho à Wikipédia ver do que se trata, não vá responder-se com cebolas quando é de alhos que se fala.

Pois eu falo de limpezas, sou doméstica, leio todos os anos o Borda D'Água e nem por isso me sinto com um perfil menos arrojado que os outros.

Sim, que eu vista de lado até tenho um nariz jeitoso!

Segredos

Querido Diário,

Sempre pensei que segredos são segredos, não são para se contar, guardam-se, retribuem-se na confiança de quem nos conta.

Mas isso deve ser só no mundo real pois aqui, neste Universo mágico, ter segredos equivale a contá-los a meia-dúzia que por sua vez contam a outros seis e por aí fora. No final há uma multidão que partilha de um segredo comum.

Mas assim não deixa de ser segredo???

Não, Querido Diário.

Porque cada vez que se conta um segredo e ele passa para as mãos de outro blogger este trata logo de o condimentar, juntar um pormenorzinho picante, escabroso até, enaltecendo a sua importância por tão merecida confiança que lhe foi depositada! E assim aumentar a gula de segredos dos outros bloggers.

Fabricam-se histórias interessantissímas, mas que não passam disso mesmo: histórias. Ou estórias.

Já comecei a ouvir uns zunzuns quanto a mim... Mas não estou nada preocupada!

A navalha está sempre de prontidão.

O que elas desejam

Sou doméstica mas também sonho com um conto de fadas. Com um principe. E um cavalo branco.

Mas aqui na blogoesfera não sou protagonista de histórias de encantar e até os coches em vez de abóboras à meia-noite são sempre desportivos ou limusines de motorista vestido de rosa.

Elas anseiam não por um principe mas muitos e de preferência que já se ocupem do reino.

Que se apaixonem muitos por uma só. Que lhe dirijam galanteios e declarações únicas numa fidelidade canina como só virtualmente tal fosse possível. Que lhe dediquem posts, uns atrás dos outros e se for em poesia é sublime. Que as outras se babem de raiva pela sua magnitude e eles disputem à vez a atenção da sua dama.

Aprecíam as insinuações brejeiras, despontando a inquietude e inveja das demais.

Mas quando chega ao ponto do halograma passar à imagem real, é um deus-nos-acuda perante a calva e o abdómen dilatado.

Fazem-se de esquecidas, até de mortas se for possível e neste pente fino lá vão deixando escapar os que de facto escrevem bem.

Não tenho quota neste clube.

Não gosto da cor do equipamento.

O que eles querem

Não serve de lei mas a generalidade do perfil blogger masculino é, depois de ler/comentar/reply obter mais dados da sua interlocutora para além dos publicos.

Primeiro cavalheiro, a seguir charmoso, depois insinuante, triste, carente para acabar a pedir o mail.

A partir daí sucedem-se uma série de perguntas mais ou menos directas, ela tentando fornecer surpresas à medida do gosto dele, ele tentando sacar o BI: idade, estatura, traços.

Seguem-se depois alguns silêncios.

Ele colmatou o gosto imediato e vai respondendo consoante os estímulos.

Uma e outra pista pela janela dos comentários a atiçar os interesses.

Fotografias. Telefone. Encontro? Hum, pois sim, pois não... E se for uma perfeita desilusão?

Tenho visto por estas bandas encontros imediatos de terceiro grau.

Isto porque tanto eles como elas fabricam imagens que na realidade, só existem no virtual.

E de mim ninguém quer saber!

Será que têm medo da navalha?

Códigos

Não sou, mas durante o tempo em que era a dias numa loja maçónica muito lá aprendi.

E a blogoesfera assemelha-se a várias lojas onde prestei serviço.

Tenho o maior respeito e admiração pelos maçons, sublinhe-se!

Mas há por aqui igualmente uma série de códigos e rituais, sinaléticas, signos linguisticos que servem a uns quantos para baralhar a cabeça a uns outros tantos.

Refiro-me à forma abreviada como muitos comentam - e alguns até publicam - pensando, inocentes, que estão a mandar uma sms para o telemóvel do amigo.

Refiro-me à forma como muitos se despedem, tal animal em época de cio deixando a sua mija como sinal de passagem pelo terrítório, ex.: beiju (*), aparecendo a desgraçada da estrelinha entalada nos parentesis curvos.

Refiro-me às avalanches de Lol's que por tudo e por nada despontam como cogumelos. Pergunto: Do you really know what LOL means?

Refiro-me às palavras que se apertam entre sons de ch e aparecem com x's como se toda a gente fosse da zona de Viseu (leia-se Bijeu).

Refiro-me ao tempo gasto e com uma paciência de bovino para montar aqueles textos em desenho em que as letras se desviam para formar uma flor ou um combóio ou na versão mais primitiva :) ;) :O) , passando para outra mais atrevidota, (*)(*)

Não há dúvida de que sou antiquada.

E doméstica, gosto de tudo muito limpo, muito desinfectado.

Já sei que assim não chego a blogger, à séria, mas que hei-de fazer?! Quem nasce para vela nunca há-de ser lustre!!!

Enredos

Bom, para quem não viu o filme ou leu o livro cá vai uma borla:

Sucedem-se uma série de mortes num convento distante. Um monge - façanhudo e dedutivo - é chamado mais o seu aprendiz para desvendar tais crimes. Dos vários assassinatos vai concluíndo que tudo gira à volta da leitura de um livro "maldito" a quem um dos monges séniores (e cego) por entender que a existência de tal heresia havería de retirar a verdadeira crença da religião, será o autor por envenenamento das folhas que os leitores ávidos lamberíam para folhear. Esse livro tão cobiçado e arma letal era o "Riso".

Pois por aqui é exactamente o mesmo.

A blogoesfera dava um guião perfeiro para vários filmes: de intriga, de cobiça, de roubo e "morte".

Nas minhas horas de limpeza assisto a muita combinação que se arma em parcerias para correr com um distinto blogger só e apenas porque tem qualidade. Ou não. Pode ser só por causa do amontoado de comentários. Ou não. Pode ser só porque tem mais prémios. Ou não. Pode ser só porque não se agrupa nos demais. Ou por razão nenhuma e apenas ter alguém na mira de se caluniar.

O troféu para tais manobras é o riso.

Pobres de mente que se esquecem que também estão na fila e um dia destes chega a vez deles serem envenenados.

A navalha descansa e assiste...

(H)Ortografia

Tirei a antiga quarta-classe à noite, com muito custo, já muito cansada das tarefas profissionais.
Mas lá consegui.
E hoje dou por bem empregue aqueles anos, que a Professora era ruim e não dava tréguas nos ditados o que me preparou para escrever sem floreados e sem saber fazer versos, mas limpinha, sem erros.

Ora chego eu aqui a este mundo tão moderno e não é que é só calinadas?!

Para além do abuso da pontuação é vê-los (muito mais elas do que eles) a dar pontapés na gramática e a escrever em cada cinco palavras uma cheia de erros!!!

E os verbos?
Ai, Cristo, os verbos... por dá cá aquela palha traçam a conjugação em hífen e tudo o que é metesse é igual a mete-se!

O mais estúpido disto tudo é que a maioria nem sequer está interessada em saber que errou e até há alguns que afirmam que dar navalhadas na língua portuguesa é indiferente, o que interessa é a mensagem!

O que eu gostava é que o Sr. Bill inventasse um computador que reagisse a este tipo de hortografia. Sim, que isto escrever para esta cambada é o mesmo que cavar batatas na horta do Ti Manel.
Sr. Bill, se me está a ler, por favor: Sería possível inventar um teclado que descarregasse um choque eléctrico nas mãos destes nabos por cada bacorada que digitam?

Muito Obrigado.

Avatar

O meu apelido vem do meu bisavô que era o barbeiro lá na aldeia.

Também era ferrador e até dentista.

Eu descambei e tornei-me uma doméstica. Navalha, a Doméstica.

Vem isto a propósito do meu avatar, o ícon que significa Maria Navalha e que, estou quase certa, me tem afastado mais leitores do que cativado.

Numa rápida pesquisa apercebi-me que os avatares com mais procura pertencem a bloggers femininas que exibem seios cheios, coxas traçadas numa pose provocadora, mãos armadas de chicote; numa versão mais virada ao imaginário encantativo deparei-me com figurinhas que sopram luzes ou a que cresceram asinhas de borboleta como uma marreca.

E eu, pobre de mim, arraso tudo com uma gélida navalha de barbeiro...

Deles achei os avatares animados: super-homens em miniatura que vestem gabardine numa atitude exibicionista, olhos verdes/azuis aumentados como amblíopes e piscam, estrelas que rodam até entontecermos fechadas em círculos, velas que nunca se apagam.

Depois há aqueles que gostam de se mostrar, exibem os seus atributos e em caso de não lhe adivinharmos a identidade eles próprios tratam de passar a mensagem reveladora.

Como não ganho para arranjar um pintor que me desenhe de perfil (só conheço pintores da construção civil) lá terei de me contentar com o legado que o meu avô me deixou...

PS: Desculpem o coelhinho lá em cima... Quería arranjar um símbolo que servisse a ambos sexos mas não encontrei nada que ilustrasse em rosa o macho bloguista...

Salamaleques

Meu querido diário.

Sei que sou apenas uma doméstica mas também sinto como os outros. Ou não...

Ou melhor: Não sinto como os outros bloggers uma aproximação imediata e avassaladora que me impele a atacá-los de amigas e amigos e muito menos queridos...

Começo a achar-me um bicho do mato.

Não me toca particularmente aquelas palavrinhas todas acabadas em inhos e inhas e na verdade, até me irrita bastante quando os leio a deixar miminhos, abracinhos e beijinhos.

Apaparicam-se entre eles como se estivessem à vez a chocar um ovo e é vê-los a esmerarem-se na despedida e no agradecimento tentando suplantarem-se no mais meloso.

Eu também sinto mas este tipo de coisa enjoa-me.

Depois há aquela tribo à parte, muito distante, lá muito no seu pedestal que chega, larga e vai embora.

Sinceramente, não me vejo nem num lado nem noutro pelo que tenho que pôr a cabecinha a funcionar para arranjar um estilo próprio.

Serei um caso perdido?

Como postar em dias certos

Nem todos os dias são dias bons para se publicar textos.

Nas minhas gratas funções de doméstica e enquanto ía limpando aqui e ali, fui-me apercebendo que há dias em que de todo vale a pena postar uma letra que seja.

Assim: Na noite de Sexta só há visitas até às 19h, depois é um deserto. Voltam lá para as 4 da matina ou ainda mais tarde para só regressarem num fósforo, pelas 18h de Sábado. Depois, silêncio. Ao Domingo aparecem, timidos, aos pingos até à hora do almoço. De tarde nem vê-los, andam na volta saloia com a famelga pelos espaços comerciais. Após o jantar regressam, odiando a 2ª que chega em passadas largas.

E perante a moleza que assalta o dia arrastam-se de blogue em blogue passando os olhos em enviuzado e largando um magro obrigado na troca dos magros comentários que lhe deixaram.

Na Terça desperta, acha-se genial, escreve até mais longamente, quase 12, 15 parágrafos completos e cheios até ao fim da linha e sem usar mais de 3 vezes as reticências mandrionas.

Quarta é bom dia para publicar. Mas atenção: se houver jogatana e mesmo que só dê na SportTV nem vale o esforço.

Compensa-se com a Quinta com um textozinho a puxar à cueca e lá vem multidão!

Por isso, atentem aqui à doméstica:

Arranjem uma agenda e marquem os dias certos para postar e ter êxito garantido!

Por mim... é aquela base.

A Maria Navalha está sempre de serviço.

Copistas

Perdem-se nos tempos as artimanhas daqueles que não tendo engenho se locupletavam no vizinho. Permanece até hoje essa mania de agarrar o alheio e fazer-se dono.

.

Pois por aqui não é excepção e bastas vezes a minha boca já se abriu de surpresa perante o descaradamento de quem consegue levar e assinar como de sua autoria o que não lhe pertence. É uma verdadeira mania!

Pior! É uma mania aporcalhada, pois tanto plagiam o que é bom como o pindérico.

.

Alguns descobrem.

a)-Abrem as goelas mas temem (o quê???).

b)-Calam-se e ficam vaidosos por serem imitados (Tá tudo doido?!).

c)-Passam o blogue a privado (Quem é o plagiador/a)?)

d)-Desaparecem da blogoesfera (Entregar o ouro aos bandidos?)

.

Por aqui não devo ter problemas desses... Quem querería alguma coisa de uma simples doméstica? Ainda mais de navalha tão afiada, que se descubro algum faço um post SÓ dedicado ao mafarrico... ou à cabra que se atrever.

Visitas

Já aprendi ( e eu aprendo rápido) que visitar um blogue não significa comentar. Ou seja, engrossar a fila dos comments. Ou seja, pontuar para o ranking dos mais comentados.

Ir a um blogue pode passar apenas por um acaso, uma indicação que venha de outro, um nome engraçado que apele ou que dê a idéia de ter bom ar ou ainda uma mera cusquice na lista de links captada noutro.

Visitar um blog pode passar apenas por isso mesmo: Passar.

Passar no silêncio inocente, no silêncio camuflado, no silêncio apócrifo.

Claro que existem formas de se detectar a passagem. Uma leitura correcta e comparativa ajuda a excluír os que vêm como mirones e plagiadores dos habituais que apenas não quiseram deixar o seu registo.

Como boa doméstica que sou sei fazer uma limpeza em condições e posso gabar-me de nunca ter atirado o lixo para debaixo do tapete.

Por isso, se se quiserem por aqui aventurar têm de obrigatoriamente limpar os pés à entrada.

Comentar, Comentar, Comentar

Querido Diário,

Sinto que estou a ficar para trás.

O número de comentários que recebi até agora é manifestamente pobre para não dizer paupérrimo...

Estou triste.

Diz-me, achas que devo passar pelos outros blogs e deixar um sinal da minha passagem? Não demora muito, basta que diga Passo para deixar um beijo! ou Lindo! Muitos beijinhos! ou ainda e muito a propósito Domingo Lindo! Penso em ti, bjs! Outra maneira é criar uma frase do dia (tipo frescos do dia) e escarrapachá-la em tudo o que é blog. Nem sequer tenho que ler o que lá está, é assim que os outros bloggers fazem. E se eles conseguem, eu lá por ser doméstica também o consigo!

.

Às vezes basta olhar para a imagem que têm, a gente deduz, é fácil. E fica bem. E depois eles vêm aqui e comentam-me muito, muito, muito. O que interessa é o total, de resto ninguém está para perder tempo a consolar o outro ou a partir a cabeça com leituras intelectuais ! A vida só por si já basta para nos dar cabo do canastro quanto mais ainda andarmos a chatearmo-nos com coisas dificeis!

Noutro dia até me ri! Havía uma senhora que se lamentava da morte da Mãe, tinha muitos comments; li alguns; a maioria era a dar os Parabéns pelo lindo texto e muitos beijinhos.

Por isso, Querido Diário, diz-me, comento?

Ou

No comments?!

O Anónimo

O maior e mais assíduo comentador da blogoesfera dá pelo nome de Anónimo.

É uma raça.

Acéfala e assexuada.

Um vicio.

Um invisivel com a cauda de fora que isto de não se identificar até nem tapa todas as mazelas e há sempre,de uma forma ou outra, de se deduzir quem é quando a certeza não está garantida.

Por boa coisa não vem, isso é certo.

Cobre-se num nick cinzento e ataca as vitimas no achincalho cobarde e miserável, repisa-as como gado vacum e a eles como impotentes ou praticantes do coito anal.

Mas contam os anais da história que se se ignorar a sua existência até acabam por desistir, que o gozo desta estirpe está na devolução da resposta e no despique barato.

Penso eu que por aqui não virão... a navalha está afiada e na lingua ou capadela sempre levarão da minha marca para não se esquecerem. Depois é só limpar a merda que deixam no rasto, aquela do cagaço, que pelo menos de umas boas vassouradas não se livram.

Nicks & Heterónimos

Há uma espécie de lista telefónica neste universo. Tal como os Silva ou os Pereira, aqui os nicks amontoam-se na igualdade escolhida.

Os mais adoptados são aqueles que remetem para instantes fugazes, diáfanos, tudo muito étereo, em que os momentos já foram, os luares são agora, os sons nunca se escutam e o halo do amor envolve em aura luminosa o proprietário do blogue.

Há bloggers que têm mais de um espaço de sua autoria, baptizam-se de diferentes nicks mas a verdade é que não descansam enquanto não se revelam à comunidade sob a capa do outro pseudónimo, que muito pomposamente intitulam de heterónimo, como se de outro falassem.

Às tantas nem era preciso darem-se ao trabalho, que isto basta seguir a orientação dos tiques e dos remates das frases, o próprio a comentar-se a si mesmo e a visitar os mesmos sitios de sempre e não será um template colorido de forma diferente ou um layout mais arrojado que impede sinalizar o mesmo autor. Sem heterónimos.

Encontrei muita Maria por aí.

E Navalha não é de todo um nome aceitável.

Se calhar até dá frio!

Ou ainda me trocam por algum barbeiro de muitas Sevilhas a trazer e levar recados... Não pode ser!

É que eu sou doméstica, com muita honra!

Memes, Correntes, Desafios e Prémios

Já aprendi que não há blog que se preze que não tenha pendurado em lugar de destaque um premiozito. Uma atribuição qualquer, pelo menos uma menção honrosa declarativa cujo selo tem identificado "este blog é".

E é sempre "show de bola", "feito de amor", " de escritores de liberdade", "muito bom". Seja lá o conteúdo que tenha, estes selos encaixam-se em tudo, decoram e chamam olhares gulosos que nunca se sabe, pode até que um dia, quiçá, (me) toque um.

Dos desafios há-os para todos os gostos. Os dos números, onde verifiquei que o 7 é o favorito e se desembrulham factos casuais, os factos mais importantes da vida, as frases da vida, os inéditos da vida.

Outro muito apreciado é juntar os titulos dos ultimos textos (mesmo que não tenham titulo) formando um novo texto, mesmo que o resultado seja uma prosa absurda e incompreensível. Mas o meu favorito foi um que fixei o nome: BNC. Primeiro pensei que fosse uma nova instituição bancária, depois alguma variante da doença das vacas loucas e por fim um novo canal televisivo. Mas não, ignorância a minha! Então não se está mesmo a ver que BNC é Boa Na Cama?! Ai, Senhores! Que malandrecos!

E correntes? Ah! Essas arrastam-se com aquele barulho de masmorra em que se compensa o amigo para o amigo nos compensar a nós e acabarem estes elos num belo prato de pescadinhas de rabo na boca.

Quanto aos memes acho que ninguém percebeu nada. Mas é giro. E dá status. Acho que também vou querer um.

Mas estou um pouco renitente... não vi lá muitos selos em cor de rosa... E para mim tem de ser em rosa ou então faço eu um. E só dou a mim, Pronto!

Eros, Porno e HardCore

Andava eu muito satisfeita de blog em blog a ver imagens e letras quando de repente cheguei a uma praia. Era noite, dizíam. Fiquei curiosa, pus-me à coca. Deparei com uma bela moçoila (fazía-se ali um BI fisionómico que não deixava sombra para duvidas), abandonada, chorosa. Um homem acerca-se dela em silêncio. Não há conversa. Só acção.

.

E cá vai disto!

.

Rapidamente assisto a um "filme" hardcore de 5ª categoria em que os verbos mais usados são meter, tirar, lamber, chupar, sempre acompanhados de uma adjectivação não muito rica, compondo-se o ramalhete num inolvidável advérbio superlativo de enorme.

.

Fugi!

Fui parar a outras praias em que as cenas se repetíam incansáveis.

.

Bati de frente com prosas que me fizeram corar até à raiz dos cabelos (e olha que não sou nenhuma santa!) pela textura pornográfica (ou direi pornographica?) com que fornicaram a língua portuguesa.

Saí de rastos...

.

Daquele prazer que se retira da frase que nos guia na imaginação recusando o evidente e que apenas levanta o véu para que o calor se sinta gradual pouco, muito pouco encontrei...

Nem sequer uma bolinha vermelha no canto superior direito.

.

Lá vou eu de balde e esfregona...

Poesias

Querido diário,

Tenho uma aflição que me está a consumir aos poucos... Não tenho lá grande arte para poemar.
Ou melhor, para rimar. Ou melhor, para declarar-me rendidamente apaixonada e largada (tem de ser largada, é imperativo que o seja) e ainda arranjar cabeça para encontrar a rima certa.
.
Ainda por cima estas mulheres fantásticas que escrevem poesia sobre o seu abandono, conseguem-no fazer de uma forma absolutamente fabulosa, já que mesmo antes de o terem sido foram alimento de um amor sublime que as levou ao extâse! Quase se sente o leito ainda quente e cheiroso daqueles aromas... bom, tu sabes do que falo. Apesar de terem levado o parceiro ao rubro este vai-se (logo a seguir ao caminho inverso): nem um cigarrinho, uma soneca retemperadora, um foi bom para ti...
.
Estou em apuros, querido diário, assim não vou lá...
.
Acham sempre o som perfeito para encaixar no final dos versos! Mas também reparei que quase todos são verbos no gerúndio terminando em "ando", "endo", "indo" o que talvez facilite a coisa...
.
Eles são mais subtis, é verdade... preocupam-se mais com a mensagem do que com a fonia e até evitam a imagem declarada tão recorrente no lado feminino, terminando sempre a poesia num rasto de saudade.
.
Mas eu continuo com o mesmo problema: Como vou eu ser uma poetisa blogger se nunca me pediram o livro de reclamações?

Flores e florinhas

Gosto de flores sim senhor. De vê-las, cheirá-las, recebê-las e até enfeitar-me com elas. Já para não falar em trincar umas pétalas no gesto cinéfilo sensual de as mastigar lentamente enquanto cerro os olhos num céu de prazer (Ah! Pois é! Que eu fui doméstica mas não morro estúpida!)

.

Neste universo as flores abundam. Por dá cá aquela palha espeta-se com uma flor e quando o assunto não abunda vai de flor. De todas as formas e feitios, a propósito de tudo e de nada.

.

Mas as que me põem fora de mim são aquelas que reluzem, que têm brilhos, que cintilam e geralmente vêm agarradas a patas de ursos de peluche ou corações muito vermelhos, sendo que a versão mais sofisticada é a da rosa que se reflecte num lago ondulante, podendo ser a rosa de todas as cores possíveis e imaginárias.

.

Tenho de me actualizar mas temo pelos meus olhos, sempre tão sensíveis.

Vou equacionar se valerá a pena ter uma flor daquelas por aqui. Ainda por cima estamos na Primavera e as alergias são um perigo... é que eu sou uma florinha!

Bocas

Acho que tenho que fazer uma cirurgia aos meus lábios. Aqui neste mundo, o minimo aceitável é uma boca igual à da Jolie...

.

Pelo que me apercebo das incursões espias que tenho feito, todas as mulheres da blogoesfera são lindas, magras, altas, seios volumosos e rijos, idades que compreendem os 25/35 anos e têm todas, mas todas, uns lábios carnudamente infernais capazes não só de proferirem as coisas mais inteligentes como articularem acções de fazer corar qualquer um.

.

Estas mulheres são uma raça à parte.

E eu tenho que me cuidar! Não posso garantir o meu lugar aqui se me apresentar com uma boca de doméstica!

.

Escolhi o exemplo acima.

Que acham?

Guloso, hem?!

Tribos

Para se ser alguém aqui neste mundo é importante que se pertença a uma tribo, um grupo, um agregado de links.

Dá nome e reconhecimento perante os demais.

Depois é só adoptar o cumprimento comum, falar das mesmas coisas, exibir imagens dentro do mesmo estilo (os nús têm imensa saída, não me posso esquecer!) e listarmos uma série de ligações dos que visitamos e nos visitam. Isto independentemente de ter acontecido apenas uma única vez, não interessa, o importante é lá estarem e quantos mais melhor.

.

Assim se chega à popularidade e aqui isso é muito importante.

.

Tenho de cortar de vez com o meu passado de doméstica e largar o avental.

.

Sou uma blogger, preciso de me encaixar. Nem que seja numa tribo de canibais.

Rendo-me

Meu querido diário, acho que tenho que me render às evidências e revelar o meu lado feminino, subtilmente, quanto o tenho visto por estas bandas ou nunca ninguém olhará para mim.

.

Eu que até sou boa de formas e generosa de coração, direi até de corações, que tenho tanto para dar. Basta que me ofereçam uma oportunidade... Ou que eu revele alguns dos meus segredos, um pouco da minha intimidade, um pouco da minha essência de mulher.

.

Não quero chocar ninguém mas até uma moça como eu tem necessidade de mostrar o que lhe vai por dentro, desejos e ânsias, gostos e requintes, desvios e normalidades.

.

Desde que não tenha de vir vestida de cor-de-rosa. Mas isto é mais despir, não é?!

Correio Cor-de-Rosa

Talvez tivesse mais saída se fizesse deste diário um correio sentimental... ao ver os belos exemplos de trocas floreadas de palavras entre beijinhos e sopros no coração, conjugação reflexiva de verbos em me(s)-te(s) (isto lê-se mete?) e mensagens picantes, acho que a freguesia era capaz de aumentar...

.

Começam por deixar laivos de saudades para passar a recados disfarçados de não te consigo esquecer, seguidos de gosto de ti saltando rapidamente para um gosto muito, muito, muito atacando-se num desejo-te e revelando-se num quero-te.

.

Mas o bom da questão é o cenário ao redor, as unhas de fora, o ciúme, a intriga, a vingança e até a chantagem.

Se X se deu ao desfrute aparece logo Y a chamar-lhe vaca, pois que no fundo Y quer é afastar a rivalidade e ficar só com H. H enche-se como um balão enquanto X e Y puxam os cabelos: Toda a platéia assiste e bate palmas. Chega Z e põe-se ao lado de X contra Y. H continua calado, pode ser que fique com todas... X e Y choram, H não escolhe nenhuma. Z torna-se amiga de H para grande desespero de X e Y. H consola X e Y. Z ameaça abrir as goelas se H não tomar uma atitude. H escolhe Z. Z encanta-se por outro K e H fica a chuchar no dedo. H procura X, mas X já está noutra. H procura Y mas Y está noutra. H e K tornam-se amigos e falam de como X, Y e Z gostam de ser seduzidas.

.

É um mar de rosas...

Mercado de valores

Andei por aí a fazer uma prospecção de mercado e cheguei à conclusão que ter uma musiquinha à abertura do blog dá sainete e até puxa ao sentimento.

Quanto mais melosa melhor, tipo Richard Clayderman ou outra no género desde que cause engulhos e nós na garganta.

É que assim fica explicada a manobra de diversão e quem lá vai até esquece a qualidade do que lê - pois duvidoso ou não - tem o som o condão de afastar o espirito das manadas de virgulas e de reticências e dos tropeços constantes nos erros aqui e acolá que povoam como objectos decorativos mini parágrafos que depois de espremidos nem a Manuela Ferreira Leite terá arte para lhe sacar três pingos.

Eu tentei ler alguns, respeitando sempre a pontuação pois está claro, mas ainda não tinha terminado e já estava a arfar como uma tísica e nestas coisas de me exaurir sempre prefiro outros cenários e outras posições...

Vai daí, preferi não pôr musica de abertura.

Planto um videozito e olha lá!

Pink of course, que eu detesto cor de rosa...

Da 1ª vez é que custa

Andava eu às voltas na minha vidinha, a arrumar, limpar, lavar quando de repente fui atirada para estes modernismos da net e dos prazeres da blogoesfera.

.

Vai daí não pensei duas vezes: atirei-me de cabeça! Mas isto, como tudo o que se prova da 1ª vez nem sempre é fácil... tive que ver como era, cuscar, experimentar e até doeu um niquinho... quase nada. Uma vez que vi que havía muita limpeza e erva daninha a cortar meti logo mãos à obra (leia-se ao teclado) coisa em que sou uma verdadeira expertise ou não fora doméstica antes de me lançar nesta aventura.

.

.

Por isso vão ter de levar comigo, sempre de pano na mão e pimenta para castigar algumas linguas, uma chave-mestra para abrir segredos e muita lata para falar de tudo o que se esperava e ninguém teve coragem até agora.

.

Avançemos, que só da 1ª é que custa!